sábado, 6 de fevereiro de 2016

Resenha : Cândido ou o Otimismo


Cândido ou o Otimismo - Voltaire
Ano: 2009 / Páginas: 146
Editora: L&PM Pocket

   François de Marie Arouet, conhecido como Voltaire (1694-1778) nasceu e morreu em Paris. Descendente da pequena nobreza europeia, desde cedo destacou-se como brilhante pensador, tendo frequentado as melhores universidades do seu tempo. Com pouco mais de 20 anos já havia sido preso e exilado por ordem do regente Felipe de Orleans a quem havia dedicado panfletos satíricos e críticos. No seu exílio inglês escreveu as célebres Cartas Inglesas ou Filosóficas. Sua obra é vasta, como longa foi a sua vida. Cândido ou o Otimismo é sua obra-prima, uma amostra de seu talento como escritor aliado à mordacidade, ironia e um certo cinismo que foi uma das marcas de sua convivência com os poderosos.
"Guiado pela razão", como costumava dizer, Voltaire foi, segundo Roland Barthes, "o último escritor feliz". Seu derradeiro bilhete diz que "morria admirando os amigos, sem odiar os inimigos e odiando a superstição". Personalíssimo, o seu pensamento se enquadra dentro da tradição do humanismo e seus escritos certamente estimularam a liberalização das instituições e as reformas sociais.

   Resolvi ler este livro porque ouvi que a novela da Globo era uma adaptação livre desta obra e fiquei curiosa. Realmente é uma "adaptação beeem livre"! Além dos nomes de alguns personagens e da filosofia de “Candinho” de que “Tudo é o melhor possível”, que foi adaptado para a novela como: “Tudo de ruim que acontece, é para melhorar” a semelhança acaba aí... 
  Bom, vamos ao livro.
 O livro é curtinho, mas recheado de ironias e duplo sentido. Voltaire explora as maldades humanas, a corrupção e os vícios de uma forma muito sagaz. É um legítimo mestre da ironia.
  Cândido é um órfão criado por um barão que possui um casal de filhos. Ele é um rapaz doce e inocente, que vê o mundo de um modo diferente...Cândido e os filhos do Barão são bem-criados e educados por Panglos, o preceptor da casa. Este ensinava a “metafísico-teólogo-cosmolonigologia” e afirmava que este era o melhor dos mundos possíveis e que “Tudo é o melhor possível”. Cândido é apaixonado por Cunegunda que é considerada lindíssima e que um dia o chama para que lhe beije atrás de um biombo. O barão os encontra e o expulsa de casa com diversos pontapés no traseiro, e aí iniciam-se as provações do rapaz. Ele acaba percorrendo diversos países, conhece muitas pessoas,e vive “filosofando”. As situações mais improváveis acontecem, mas seu amor por Cunegunda e seu desejo de desposá-la não esmorecem. 
   É um livro engraçado, que nos faz refletir bastante sobre o mundo através das diversas ironias criadas pelo autor. Aconselho que leiam as notas de rodapé, pois elas são necessárias ao pleno entendimento da obra. 
PS.: Escolhi esta capa por ser mais antiga...
Por Valéria Riet

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