domingo, 21 de fevereiro de 2016

Resenha: Alguém como você



Alguém como você.
 Cathy Kelly
 Editora Bertrand, 2010. 700p.
 Título original: Someone like you.

Este é um livro que comecei a ler sem nenhuma expectativa e acabou me surpreendendo muito. Não trata apenas de relacionamentos amorosos, com os pais, com os filhos, irmãs, ex-maridos e até com os animais; mas vai mais fundo. Fala de Alzheimer, transtornos alimentares, relações familiares, infertilidade, alcoolismo, insegurança e tantas outras situações que a gente vive ao longo da vida, ou conhece alguém que já vivenciou, que não tem como não se identificar.­­
Alguém como você conta a história de três mulheres completamente diferentes que se conhecem em uma viagem ao Egito e tornam-se amigas. Elas não possuem nada em comum, e provavelmente é isso que as torna tão próximas e fortalece a amizade.
Emma é jovem, bonita, casada com o amor da sua vida, mas têm pais déspotas, uma irmã mimada e egoísta e tenta desesperadamente engravidar, sem sucesso.
Leonie é enfermeira veterinária, mãe de três filhos adolescentes, divorciada e uma mulher “grande”, que tenta esconder sua opulência com roupas diferentes, muitos acessórios e maquiagem pesada.
Hannah saiu de um relacionamento medíocre, está começando um novo emprego e tentando progredir em uma nova carreira.
Emma aceitou viajar com os pais e durante a viagem vamos conhecendo a tirania de seu pai, além de entendermos que sua mãe está com algum problema de saúde. Hannah e Leonie, sentam-se lado a lado no avião e depois quando embarcam no navio acabam iniciando um animado  papo. Nisto, percebem o quanto Emma está sofrendo com o babaca do pai e acabam por resgatá-la, incluindo-a no grupo. Logo tornam-se inseparáveis e passam a compartilhar suas histórias.
Ao final da viagem decidem continuar amigas e criam o Grupo do Egito, com encontros periódicos. Retornam, então, a sua vida na Irlanda.  Vida esta, problemática, conflituosa, intensa, mas bem vivida.
Emma sabe que sua mãe não está bem, mas nem seu pai, nem sua irmã (insuportável), querem ouvir falar sobre isso, preferem “bancar os avestruzes”. Ela já está casada faz tempo e começa a desesperar-se por não engravidar, então passa a ressentir-se com todas as pessoas que falam em crianças ou que têm filhos. Sabe que precisa de ajuda e resolve fazer análise. Não consegue impor-se com seu pai dominador e arrogante e isso também prejudica sua vida. Vive ajudando a família mas os pais preferem a irmã mais nova, e não reconhecem o quanto sua ajuda é importante.
Leonie quis separar-se do marido para esperar seu príncipe encantado, mas seu filho já tem 19 e as gêmeas 14 e ele ainda não apareceu. Após a viagem, incentivada pelas amigas manda uma carta  para um jornal procurando um namorado e se envolve em alguns relacionamentos um tanto “bizarros”.  Seu ex-marido casa-se de novo (ela inclusive vai ao casamento), e ela começa a sentir ciúme da relação de seus filhos com a madrasta que é cheia da grana, magra e estilosa, o extremo oposto de Leonie, que teme perder o amor de seus filhos. Uma das gêmeas sofre de um distúrbio alimentar e isto também tumultua a vida delas. Nesse interim ela conhece Doug, um artista que sofreu muito com um antigo relacionamento e tornam-se muito amigos.
Hannah sofreu bastante após o término de um relacionamento de 10 anos, então resolve aproveitar a vida (e o sexo) sem envolvimentos, mas logo conhece um ator bonitão que a faz mudar de ideia. Ela é fruto de um casamento desestruturado, com pai alcoólatra e mãe submissa e jurou viver uma vida diferente, mas acaba presa a relacionamentos viciosos e problemático.  Ela literalmente apaixona-se pelos “caras errados” e faz muita burrada.
Este livro tem 700 páginas, mas por mim poderia ter mais pois eu iria ler. Ele é muito real, ao ler fiquei presa na história, me perguntei diversas vezes o que faria em cada situação, o que farei se algumas coisas acontecerem no futuro e me identifiquei com vários aspectos de cada uma das protagonistas. Não existe favoritas. Bom, Doug, David e Pete com certeza são meus favoritos. As interações com os filhos de Leonie e com os animais dão um toque divertido ao livro e ver o amadurecimento dos personagens é muito bom. Claro que não são perfeitos... Mas quem é?
Val Riet


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